TEMA - V
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Modelos de Aprendizagens
Construtivistas em Plataformas Digitais
Vivemos
numa sociedade digital devido à evolução tecnológica acentuada nomeadamente nos
últimos anos, que levou os docentes à utilização de outros recursos –
aprendizagem em plataformas on-line –
E-Learning e B-Learning. Para se utilizar estas novas estratégias no processo
ensino-aprendizagem é necessário utilizar-se “modelos de aprendizagem que
incorporem processos de desconstrução e que promovam verdadeiros ambientes de
aprendizagem colaborativos e construtivistas[1]”. Isto
é realmente a essência do tipo de trabalho que se faz numa plataforma on-line. Para definir aprendizagem numa
plataforma on-line, podemos utilizar
as seguintes palavras:
Na criação de ambientes de aprendizagem construtivistas devemos ter em
consideração três aspetos:
-
Cognitivos
– modelação e mapeamento cognitivo do aluno e o seu estilo de aprendizagem;
-
Afetivos
– motivação, satisfação, imaginação e criatividade;
-
Relacionais
– desenvolvimento de comunidades de aprendizagem colaborativa e cooperativa.
Existem vários modelos de aprendizagens em plataformas digitais.
Seguidamente iremos abordar alguns tais como: o modelo de Community of Inquiry (Randy Garrison, Terry Anderson e Walter Archer),
o modelo de e-moderating (Gilly Salmon), o modelo de Brown (Ruth Brown),
o modelo de interação em ambientes virtuais de Faerber e o modelo de
colaboração em ambientes virtuais de Henri e Basque.
O
modelo Community of Inquiry
Este modelo assenta em três dimensões base:
-
Cognitiva
– trabalho elaborado pelos alunos, baseado numa “reflexão sustentada e do
discurso crítico[1]”;
-
Social –
utilização social e emocional através do meio de comunicação em uso;
-
Docente
– direção, design, presença cognitiva
e social.
Garrison e
Anderson consideram estas três dimensões muito importantes para a construção do
conhecimento de cada individuo, pois o ambiente favorece e promove o saber,
a criatividade, o espírito crítico, criam-se relações afetivas entre os
participantes do processo ensino-aprendizagem e a orientação por parte
do docente é também fundamental neste processo.
O modelo de e-moderating
É um
modelo mais estruturado pois baseia-se em cinco etapas: acesso e motivação,
socialização on-line, troca de
informação, construção de conhecimento, desenvolvimento, “que orientam a
atividade do professor–moderador no trabalho com os estudantes, para conseguir
a construção de comunidades virtuais de aprendizagem[1]”, em
que os alunos necessitam do apoio do docente.
Na
primeira etapa que é a base para as restantes, prevê a capacidade dos alunos
saberem trabalhar com a plataforma on-line,
para não haver desmotivação. Na segunda etapa é importante a partilha de
informação e experiências e consequentemente a construção do conhecimento. Na
terceira etapa, poderá haver a realização de tarefas em cooperação entre alunos
e professor. Na quarta etapa os alunos já constroem o seu próprio conhecimento
com a utilização das potencialidades da comunicação assíncrona (debater sobre
os conteúdos, contribuir com a sua participação nas atividades disponibilizadas
pelo professor, ou seja terminando na última etapa com produção conjunta dos
conhecimentos de cada aluno). Na última etapa os alunos são “responsáveis pela
sua própria aprendizagem”, elaborando portefólios individuais de aprendizagem, demonstrando
os conhecimentos adquiridos.
O modelo de Brown
Este modelo
apresenta três etapas, consciencialização, consolidação e camaradagem,
no entanto são semelhantes às propostas pelo modelo e-moderating, onde o professor assume o papel de mediador nas interações entre os
alunos na construção partilhada dos conhecimentos, garantindo e promovendo a
participação dos mesmos e consequentemente a sua própria autonomia.
O modelo de Faerber
Este modelo
dá ênfase às relações sociais na comunidade educativa, pois considera “fator
determinante para o sucesso educativo”, daí que a aprendizagem seja efetuada
através de atividades em grupo, havendo desta forma maior interação entre os
elementos de cada grupo.
Neste
modelo participam os seguintes elementos, o professor, os alunos, os conteúdos
e o grupo. O objetivo do elemento grupo é gerar a interação entre os seus
elementos. Há três dimensões a considerar neste modelo, participar (inter-relações
entre os pares), facilitar (o professor é o suporte do conhecimento e
como tal auxilia o grupo) e partilhar (aprendizagem colaborativa).
O modelo de Henri e
Basque
Este
modelo está estruturado em três componentes essenciais, empenhamento (predisposição
afetiva e psicológica dos elementos para colaborarem entre si, para que todos
tenham consciência da importância do trabalho individual e do grupo, “nas perceções
sobre os comportamentos do grupo e na progressão em direção à prossecução dos
objetivos[1]”), comunicação
(partilha de informação e ideias entre os elementos do grupo) e coordenação
(gestão de recursos e dos elementos da comunidade, constituído pelas tarefas,
constituição dos grupos e a animação dinamizada pelo professor).
Os modelos
acima referidos apesar de terem algumas caraterísticas que os distinguem, assentam
em princípios base como a aprendizagem cooperativa, colaborativa, o
relacionamento entre os pares, professor como tutor, ou seja auxiliador e
motivador da aprendizagem, em que os alunos constroem o conhecimento e aprendem
ao seu ritmo.
Bibliografia
MONTEIRO, Angélica; MOREIRA, J. António; ALMEIDA,
Ana Cristina (Orgs.). EDUCAÇÃO ONLINE:
Pedagogias e aprendizagens em plataformas digitais. 1ª edição, Santo Tirso:
De Facto Editores, 2012.
[1] MOREIRA, J. A., Educação Online:
Pedagogia e aprendizagem em plataformas digitais, p. 28
[2] MOREIRA, J. A., Educação Online:
Pedagogia e aprendizagem em plataformas digitais, p. 32
[3] MOREIRA, J. A., Educação Online:
Pedagogia e aprendizagem em plataformas digitais, p. 33
[4] MOREIRA, J. A., Educação Online:
Pedagogia e aprendizagem em plataformas digitais, p. 38